segunda-feira, 17 de setembro de 2012

Os caminhos da comunicação



Como complemento prático da postagem anterior, seguem enumeradas algumas das decisões do MEC e da Unesco para o curso de Jornalismo/Comunicação Social:
     
  •       Antes de 1949, quando o MEC unificou os currículos, os cursos voltados ao Jornalismo eram guiados por uma visão humanista, que tinha influência do modelo europeu de educação.
  •       A partir do Golpe de 64, a referência acadêmica passou a ser técnica, como acontecia nos Estados Unidos. Essa demanda pela técnica passou a existir quando o jornalismo deixou de ser opinativo e passou a informar o público sobre os fatos do cotidiano que o interessavam. Essa demanda vinha também do mercado, afinal, com o aumento das tiragens e das concorrências dos jornais, era exigida cada vez mais agilidade, e por consequência, técnica.
  •       Além dessa transformação, o curso foi incluído na grade da recente Comunicação Social. Essa medida foi resultado de um esforço da UNESCO que, em 1948, numa conferência em Paris, alertou para os cuidados que se deveria designar ao jornalismo dos países do terceiro mundo.
  •       Em 1969, além do jornalismo, foram incluídos no grupo da Comunicação os cursos de Publicidade e Propaganda e o de Relações Públicas.

      Para Cláudia Moura ("A Comunicação Social na Legislação de Ensino Brasileira: do Currículo Mínimo às Novas Diretrizes Curriculares"), no Brasil, existiram quatro fases de mudança no Jornalismo:
1) Do inicio dos cursos até a segunda metade da década de 60 – Fase Clássico-Humanística: caracterizada pela inspiração europeia, clássica, com ênfase aos estudos filosóficos, históricos e literários do Jornalismo e à cultura geral, assim, como ao ensino do Jornalismo gráfico;
2) Década de 60 – Fase Científico-Técnica: baseada no ensino norte-americano de Comunicação, dando ênfase ao estudo da Comunicação com enfoque funcionalista e empírico (pesquisa quantitativa), e ao ensino técnico e instrumental, assim como ao ensino do Jornalismo impresso, Publicidade e Relações Públicas;
3) Década de 70 – Fase Crítico-Reflexiva: enfatiza os estudos teóricos da Comunicação, os fundamentos para uma teoria da Comunicação adequada à sociedade latino-americana com o distanciamento da prática profissional, crítica aos modelos teóricos importados nas fases anteriores, e tem como resultado das reflexões: teses, livros, artigos e melhoria do ensino teórico;
4) Década de 80 - identificada pelas criticas dos setores empresariais e oficiais ao ensino da Comunicação, solicitando a extinção dos cursos, pela defesa dos setores acadêmicos e profissionais Cursos de Comunicação, e criticas dos professores à falta do objeto específico da Comunicação, revelando uma crise de identidade. - MOURA, 2000. p. 24.

      Desde então, os próprios alunos e o mercado de trabalho sentiram a necessidade de algumas adaptações curriculares que tornassem a formação profissional mais específica ás áreas de atuação de cada setor. Vide as habilitações características do curso de Comunicação Social, como a habilitação em Jornalismo.

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