Como
complemento prático da postagem anterior, seguem enumeradas algumas das
decisões do MEC e da Unesco para o curso de Jornalismo/Comunicação Social:
- Antes
de 1949, quando o MEC unificou os currículos, os cursos voltados ao
Jornalismo eram guiados por uma visão humanista, que tinha influência do
modelo europeu de educação.
- A
partir do Golpe de 64, a referência acadêmica passou a ser técnica, como
acontecia nos Estados Unidos. Essa demanda pela técnica passou a existir
quando o jornalismo deixou de ser opinativo e passou a informar o público
sobre os fatos do cotidiano que o interessavam. Essa demanda vinha também
do mercado, afinal, com o aumento das tiragens e das concorrências dos
jornais, era exigida cada vez mais agilidade, e por consequência, técnica.
- Além dessa
transformação, o curso foi incluído na grade da recente Comunicação
Social. Essa medida foi resultado de um esforço da UNESCO que, em 1948,
numa conferência em Paris, alertou para os cuidados que se deveria
designar ao jornalismo dos países do terceiro mundo.
- Em
1969, além do jornalismo, foram incluídos no grupo da Comunicação os
cursos de Publicidade e Propaganda e o de Relações Públicas.
Para Cláudia Moura ("A Comunicação Social na Legislação
de Ensino Brasileira: do Currículo Mínimo às Novas
Diretrizes Curriculares"), no Brasil, existiram quatro fases de
mudança no Jornalismo:
1) Do inicio dos cursos até a segunda metade da década de 60 – Fase Clássico-Humanística: caracterizada pela inspiração europeia, clássica, com ênfase aos estudos filosóficos, históricos e literários do Jornalismo e à cultura geral, assim, como ao ensino do Jornalismo gráfico;
2) Década de 60 – Fase Científico-Técnica: baseada no ensino norte-americano de Comunicação, dando ênfase ao estudo da Comunicação com enfoque funcionalista e empírico (pesquisa quantitativa), e ao ensino técnico e instrumental, assim como ao ensino do Jornalismo impresso, Publicidade e Relações Públicas;
3) Década de 70 – Fase Crítico-Reflexiva: enfatiza os estudos teóricos da Comunicação, os fundamentos para uma teoria da Comunicação adequada à sociedade latino-americana com o distanciamento da prática profissional, crítica aos modelos teóricos importados nas fases anteriores, e tem como resultado das reflexões: teses, livros, artigos e melhoria do ensino teórico;
4) Década de 80 - identificada pelas criticas dos setores empresariais e oficiais ao ensino da Comunicação, solicitando a extinção dos cursos, pela defesa dos setores acadêmicos e profissionais Cursos de Comunicação, e criticas dos professores à falta do objeto específico da Comunicação, revelando uma crise de identidade. - MOURA, 2000. p. 24.
Desde então, os próprios alunos e o mercado de trabalho sentiram
a necessidade de algumas adaptações curriculares que tornassem a formação
profissional mais específica ás áreas de atuação de cada setor. Vide as
habilitações características do curso de Comunicação Social, como a habilitação
em Jornalismo.
Nenhum comentário:
Postar um comentário