Nesta luta contra o jornalismo fast food , o site Narratively (“narrativamente”) vem com uma
proposta de aprofundamento de assuntos regionais de relevância para a
população.
Ao invés dos 140 caracteres resumidos do Twitter, o
colaborador do New York Times e fundador do Narratively, Noah Rosenberg
pretende, a partir do lançamento do site, publicar matérias de, no mínimo,
cinco mil palavras. Mas ele não entrou nesta missão sozinho. Até porque a ideia
é publicar matérias apuradas por anos, como se faz no jornalismo investigativo.
Este é um trecho de uma entrevista do jornalista francês Jean Marc Manach
para o site francês RFI, sobre a responsabilidade da nova geração de
jornalistas para o futuro da imprensa.
“Há alguns anos as escolas de jornalismo começaram a se interessar pela Internet. Para mim é insuficiente, não ensinamos para os jovens jornalistas como investigar na rede, para ter acesso a todo tipo de informação e aos bancos de dados. Existem ferramentas que são um verdadeiro sonho para qualquer jornalista investigativo. Sem entender essas ferramentas, os jornalistas vão acabar tendo leitores não-jornalistas que sabem se informar melhor do que eles próprios. Nunca tivemos tantas ferramentas à disposição para investigar, e não saber utilizá-las, é quase um suicídio profissional. O que eu vejo, e isso é uma pena, são jornalistas que não sabem trabalhar, que não apuram bem as informações, ou se contentam em copiar os boletins das agências. Isso é o que afasta o leitor, e é isso que faz que um número cada vez maior de pessoas acreditarem que não podemos confiar nos jornalistas. Não é culpa da Internet, é culpa dos jornalistas.”
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